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Opinião: A morte do emprego e a descentralização econômica

Poder criar conteúdo com certa liberdade na rede é um dos principais motivos pelos quais o emprego está prestes a acabar. Com mais de 13% de desempregados no Brasil, temos vários exemplos de produtores de conteúdo que, para fugir da crise financeira, passaram a disponibilizar suas ideias nas redes sociais.

Raphaël Lima, do canal Ideias Radicais, grande admirador da economia descentralizada, buscou apoio de seus seguidores no Youtube para continuar seu trabalho em momentos de crise financeira pessoal. E conseguiu. Ainda que, eventualmente, se posicione de maneiras bastante paradoxais, como se autointitular libertário e apoiar candidatos à Câmara durante as eleições, grande parte do que produz é bastante interessante e, provavelmente, causou um impacto significativo sobre a vida de seu público-alvo.

Contra as injustiças econômicas, que hoje vivemos com mais intensidade do que faz alguns anos atrás, muitos estão buscando alternativas aos modelos ortodoxos de capitalização. Não é à toa que muitos afirmam que, após se tornarem freelancers ou abrirem sua própria empresa, seus padrões de vida aumentaram substancialmente.

O filósofo Olavo de Carvalho, no começo de sua empreitada intelectual, trabalhou para grande parte dos grandes veículos de imprensa do país como profissional independente; porém prosperou ao criar sua própria metodologia de ensino, a qual torce o nariz aos mecanismos convencionais de esquerda, dominantes em nossas instituições padrões de ensino.

Exemplos específicos dentro do mercado descentralizado começam a nascer e prosperam em outros países da América Latina. O projeto Arcade City propõe competir diretamente com o Uber, através do qual motoristas podem criar grupos (guildas) autorreguladas para oferecer serviços de transporte público a preços ainda mais convidativos. O principal objetivo do Arcade City é acirrar a concorrência criada contra os taxistas e, ao mesmo tempo, fazer com que seus motoristas não se sintam reféns das altíssimas taxas sobre o que é arrecadado de suas corridas.

Pessoas que escrevem com alguma qualidade e dominam certos assuntos podem aderir à plataforma Steemit, a qual literalmente paga pelo engajamento oriundo de seus criadores de conteúdo. Houve casos em que postagens relevantes disponibilizadas na plataforma renderam milhares de dólares ao seu autor. Mesmo quem posta comentários às postagens pode vir a ganhar dinheiro com isso. No Facebook, você paga para utilizar plataforma ao vender por completo a sua privacidade. Não se deve esquecer do escândalo de vazamento de dados do Facebook, o qual afirma que quase todos os seus usuários podem ter sido afetados.

Possuidores de capital expressivo em criptomoedas podem trabalhar com trading, compra e venda direta entre Pessoa Física ou Jurídica (P2P) ou realizar empréstimos a taxas extremamente baixas, concorrendo diretamente com os dispendiosos serviços bancários. A bem da verdade, é possível obter empréstimos em criptomoedas com taxas de 2% ao mês, enquanto um empréstimo Pessoa Física no Itaú, por exemplo, custa algo em torno de 7,39%. Se quiser parcelar sua dívida de cheque especial, os juros poderão ultrapassar os 13% ao mês e você sofrerá restrição interna da instituição, impossibilitando a obtenção de linhas de crédito ou empréstimos futuramente.

Os bancos abriram linhas de crédito indiscriminadamente durante o governo Lula, incentivaram o endividamento e hoje praticam taxas absurdas para punir os adimplentes, responsáveis por pagar a conta dos que caíram na farsa do dinheiro fácil e da inflação controlada artificialmente.

Em resumo, as possibilidades de ganhar dinheiro não são poucas e as brechas de oportunidade são incalculáveis. A insatisfação popular contra diversos produtos e serviços regulamentados é generalizada, a maioria das pessoas está sem dinheiro para gastar e estão buscando outras formas de conseguir o que querem a preços mais convidativos, com menos burocracia.

Thomas Sowell, famoso economista norte-americano, foi brilhante ao afirmar que o salário mínimo real é zero. O salário mínimo, em união às políticas trabalhistas e sindicais criadas pelo fascismo de Benito Mussolini e integradas à realidade brasileira por Getúlio Vargas, prejudica diretamente pessoas menos qualificadas, uma vez que o Estado obriga o empregador a pagar-lhes às vezes mais do que sua mão de obra realmente vale.

Poucos percebem, mas o aumento do salário mínimo aumenta, também, a exigência pela mesma vaga de emprego. Era possível, em 2007, comprar mais coisas com 350 reais do que hoje com mil reais. A queda no poder de compra popular ilustra os efeitos da alta inflação. O consumo, portanto, é fortemente reduzido. Ainda que menos pessoas estejam às lojas gastando o pouco que tem para este Natal, o governo exige um piso mínimo ao trabalhador, o que, em união à pesadíssima carga tributária sobre os contratados (FGTS, INSS, entre outros esquemas de pirâmide financeira regulamentados), mitiga a criação de novos empregos e aumenta a desigualdade social.

O trabalhador autônomo, por outro lado, é remunerado à proporção do que ele produz e do que é capaz de vender. Ele é sustentado pela sua competência e por sua reputação. Por mais triste que possa ser para muitos, o futuro tranquilo, em um emprego estável, com aposentadoria justa, está cada vez mais distante. E isso é muito bom. Todo o ataque contra a criatividade, contra o livre-arbítrio econômico está sendo pesadamente questionado em escala global. Tudo está sendo desconstruído.

As criptomoedas trouxeram consigo enormes possibilidades de enxergar o mundo fora da caixa: hoje é possível trabalhar como escritor, como banco, como investidor de risco, como produtor de conteúdo audiovisual sobre os mais variados temas, em especial dentro de plataformas descentralizadas. Pode-se abrir uma loja de artigos diversos que aceite dinheiro não fornecido pelo governo como meio de pagamento. É bastante complicado aos marinheiros de primeira viagem conseguir dimensionar a revolução por trás do que está acontecendo. E está acontecendo a passos bem largos.

Grande empreendedores, em geral, são indivíduos imunizados contra o ceticismo; eles entendem a correlação entre retorno e risco. É bastante difícil resolver uma situação de crise de forma conservadora, comedida. Apesar da alta volatilidade dos cripto-ativos e do quão embrionários são os vários projetos disponíveis, as possibilidades de se ganhar dinheiro dentro de um mercado recente são inúmeras. Faltam profissionais capacitados e confiáveis para todas as áreas.

Não é sábio buscar soluções para seus problemas profissionais seguindo os mesmos passos de milhões de outras pessoas. Isso leva à saturação que, basicamente, todos os ofícios tradicionais sofrem. Saber explorar suas próprias qualidades e transformá-las em soluções para os problemas dos outros é o principal objetivo dos que querem se desvencilhar da figura ignominiosa do patrão.

Há vagas. Mas ninguém está contratando.

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BitCast 027 – Transporte Descentralizado: Arcade City vs Uber

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Você conhece o Arcade City? O revolucionário aplicativo descentralizado promete acabar com a centralização e abusos excessivos de aplicativos como o Uber. Trouxemos o representante da Arcade City no Brasil, Renato Quintanilha, para bater um papo bacana sobre o assunto! Não deixe de ouvir!

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Participantes

  • Rafael Motta – Apresentador, Trader e Instrutor da Escola do Bitcoin e também editor deste episódio (ô loco!)
  • Jansen – Founder Escola do Bitcoin e Criador do Guia do Bitcoin

Convidado

  • Renato Quintanilha – Empresário e Representante do Arcade City no Brasil

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