Oh, o sabor da ironia. O mercado é recheado de espertinhos.
Brad
Garlinghouse, CEO da Ripple Labs, afirma que o
ativo digital recém-lançado pelo banco JPMorgan Chase, o JPM
Coin, “errou o ponto” com as criptomoedas, segundo tweet
lançado no dia 14 de fevereiro em sua conta oficial.
Segue abaixo a
declaração de Garlinghouse na íntegra, em tradução livre:
“Como se esperava,
bancos estão mudando seus tons sobre cripto. Mas esse projeto do JPM
errou o ponto – introduzir uma rede fechada hoje é como lançar
AOL após a IPO da Netscape. Dois anos se passaram, e as moedas de
banco ainda não são a resposta”.
No entanto, o
próprio token criado pela Ripple Labs e negociado pelas principais
exchanges ao redor do mundo, o XRP, é completamente
centralizado e roda em uma rede fechada fomentada pela própria
Ripple Labs, assim como a nova moeda do famoso banco norte-americano.
O XRP é um token de
uso corporativo que tem como objetivo oferecer a bancos e provedores
de pagamento soluções instantâneas para pagamentos
transfronteiriços.
No mercado desde 2013, a Ripple jamais desenvolveu uma carteira própria para seu token, sendo necessário contar com o advento de tecnologias de terceiros para guardar seus tokens com segurança. No site oficial da Ripple, a empresa não recomenda que o XRP seja encarteirado através de carteiras não oficiais.
Agora faz todo o
sentido a torrente de declarações cáusticas de Jamie Dimon, que
afirmou que o Bitcoin não passava de uma “fraude”. Se o ativo
não fizer parte de todo um conjunto de medidas regulatórias
corporativistas, trata-se, segundo a lógica maquiavélica de Dimon,
de uma fraude.
Parece que tanto
Dimon como Garlinghouse não gostam de concorrência. E farão
declarações cretinas sem nenhum pudor para garantir suas posições
perante um mercado que, em essência, os despreza profundamente.