É seguro afirmar que a história do Tether é, desde o seu lançamento, envolvida em sombras. Por mais que o token seja extremamente útil aos que operam com a finalidade de encerrar sua posição em moeda fiat, fugindo, assim, da grande volatilidade das criptomoedas, há de se desconfiar bastante sobre a postura da empresa.
História: O que é o Tether (USDT)?
O Tether (USDT) é um passivo digital não regulamentado (não confundir com tokens como bitcoin, ethereum e dash, que são ativos digitais) lançado no final de 2015 e desenvolvido pela Tether Limited. A empresa é diretamente conectada à exchange chinesa Bitfinex, uma das maiores corretoras de bitcoin do mundo, portanto, uma das maiores influenciadoras de tendências de mercado.
Segundo a Tether Limited, cada Tether é lastreado no dólar e possui valor equivalente à moeda fiduciária que tem como base. No momento em que este artigo foi escrito, o site CoinMarketCap informa haver cerca de 2.27 bilhões de Tethers. Ou seja: teoricamente, existe uma reserva em dólares equivalente a todos os tokens lançados na rede.
Transparência
A auditoria do passivo era realizada pela empresa Friedman LLP, porém a relação entre a Tether Limited e a Friedman foi dissolvida há aproximadamente uma semana atrás. De acordo com um relatório preliminar emitido em setembro do ano passado, a Friedman informou haver em circulação cerca de 442 milhões de dólares em reserva, quantia que, à época, correspondia à quantidade de Tethers em circulação; cinco vezes menor do que hoje. Apenas em janeiro deste ano, cerca de 850 milhões de Tethers foram emitidos.
O relatório oficial da Tether Limited em seu portal de transparência pode ser acessado aqui.
De acordo com um relatório anônimo, publicado em 24 de janeiro, a emissão do Tether pode estar diretamente vinculada à precificação do Bitcoin. Sendo assim, de acordo com o autor, é extremamente improvável que o Tether esteja crescendo de forma verdadeiramente orgânica.
Ainda segundo o relatório, a liberação de novos fundos em Tether, anteriormente bloqueados, para a conta da exchange Bitfinex culminou em uma rápida valorização do Bitcoin no curto prazo. É difícil mensurar de que forma isso poderia afetar os preços do Bitcoin como um todo, mas, dentro de um mercado específico como o da Bitfinex, faz todo o sentido.
A falta de força dos relatórios emitidos pela Friedman e as coincidentes valorizações do Bitcoin logo após a emissão de Tethers é fortalecida por outros fatores negativos. De acordo com os Termos de Serviço do Tether, não há garantias de que o usuário poderá converter seu saldo em dólares:
“Não há direito contratual ou outro direito ou reivindicação legal contra nós para resgatar ou converter seus Tethers em dinheiro. Nós não garantimos nenhum direito de redimir ou converter seu saldo em Tethers por dinheiro estadunidense”.
Alguns críticos afirmam, ainda, que o preço do Bitcoin poderia enfrentar uma forte correção de até 80%, caso a manipulação de preço seja confirmada. Parece exagero, no entanto, uma vez que boa parte dos envolvidos pelo crescimento orgânico do Bitcoin se mostraram entusiasmados pela alta valorização, além do fato de que boa parte da capitalização de mercado não poderia ter vindo de apenas uma fonte.
Na mira da lei
Recentemente, a U.S. Commodity Futures Trading Comission (CFTC), órgão regulador norte-americano sobre mercados futuros, intimou a Tether Limited e a Bitfinex a darem detalhes sobre a operação das duas empresas, comandadas pelo mesmo CEO.
Recomenda-se evitar a operação de criptomoedas em exchanges no exterior que trabalhem com o USDT. A lista está disponível através deste link. Bitfinex, Bittrex, Poloniex e Binance são alguns exemplos de exchanges populares que trabalham com o passivo.
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