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Petro: a fraude controlada por um ditador

Extraído de texto autoral do Medium

Diferentemente de outros golpes mais escancarados que invadiram o ecossistema de moedas digitais, a recém-lançada criptomoeda venezuelana é uma fraude relativamente mais sutil, sem as presepadas mercadológicas usadas pelos golpistas tradicionais para angariar vítimas. Ela se esconde atrás de falsas promessas de estabilidade como forma de tentar remover o país do gravíssimo cenário de miséria e, ao mesmo tempo, manter o controle absoluto sobre as ações econômicas populares.

Petro (PTR) é uma criptomoeda centralizada, comandada pelo governo venezuelano. Entre suas principais características, o Petro possui limite de 100 milhões de unidades e sua menor unidade é o mene. Um PTR é equivalente a 100 milhões de menes.

Segundo o governo venezuelano, a moeda é lastreada pelo petróleo. Esse recurso natural é tido como abundante no país e serviria como garantia em caso de eventuais problemas com a tecnologia. Vários barris de petróleo estão sendo separados com essa finalidade.

O governo afirma, também, que a volatilidade da moeda será reduzida devido à execução de várias estratégias para garantir a estabilidade dos preços, evitando, assim, grandes oscilações e possíveis manipulações de preços.

38,4% dos tokens foram colocados em pré-venda no dia 20 de fevereiro deste ano. Curiosamente, o governo venezuelano não aceitou bolívares venezuelanos como forma de pagamento durante o período de pré-venda, provavelmente devido à forte desvalorização da moeda estatal. O valor inicial determinado pelo governo por cada PTR foi de US$ 60. Cerca de 17,5% dos tokens ficarão retidos pelo goveno e o restante será disponibilizado para venda pública, um mês após o início da pré-venda.

A pré-venda do token arrecadou, no primeiro dia, US$ 735 milhões, tornando esta ICO uma das mais rentáveis da história até os dias de hoje.

As características técnicas da Petro, no entanto, estão longe de ser claras: no site oficial do projeto, gerenciado pelo Ministério do Poder Popular para Educação Universitária, havia a informação de que o token seria emitido através da plataforma Ethereum (ERC-20); no entanto, no site da Petro, informa que a criptomoeda será emitida através da plataforma NEM, uma das concorrentes diretas da Ethereum.

Ou seja: assim que houver volume considerável de transações com o token, poderá haver um swap (troca) da rede NEM para ERC-20. Sendo assim, seria possível negociar o token em várias exchanges ao redor do mundo, garantindo à Venezuela poder considerável para realizar manipulações de preços no mercado de ETH com certa facilidade.

Fonte: Zero Hedge

Segundo informações do Guia do Bitcoin, duas autarquias foram criadas para controle da moeda: o Observatório Nacional de Blockchain e a Superintendência de Criptomoedas. Os órgãos seriam utilizados como forma de coordenar as diretrizes mercadológicas do ativo digital. No entanto, segundo Pedro Burelli, ex-membro da PDVSA (Petróleo da Venezuela S.A.), a iniciativa abre novas portas para a corrupção:

“Esta é outra possibilidade de criar outro negócio que não seja transparente, que é como manipular taxas de câmbio, lavagem de dinheiro e contrabando de gasolina.”

Em notícia recente publicada pelo Valor Econômico, milhões de dólarescontaminados pela corrupção do governo venezuelano estão guardados em contas na Suíça, em uma situação bastante parecida com o escândalo da Petrobras no Brasil. No caso da Venezuela, o escândalo envolve a própria PDVSA, responsável por garantir o lastro do Petro.

Nicolás Maduro, ditador venezuelano, está obrigando a todos os estabelecimentos comerciais situados no país a aceitarem o Petro como forma de pagamento. A medida coercitiva vai de desencontro com a ideologia que tange o mercado de criptomoedas em geral.

Convém citar que venezuelanos que mineram Bitcoin e outras criptomoedas descentralizadas estavam sendo presos e extorquidos pelo governo por “roubo de energia”.

Existem relatos, como este, de cidadãos venezuelanos que conseguiram escapar da fome através do investimento em Bitcoin. Segue parte do depoimento do usuário em questão, em tradução livre:

Bitcoin está literalmente salvando minha família da fome e está nos proporcionando liberdade financeira para sairmos do país futuramente. Meus pais e minha irmã vivem na Venezuela. Vários de vocês podem não saber o que está acontecendo lá, então, aqui vão os principais tópicos:

1 — Um governante socialista incrivelmente incompetente tomou o poder;

2 — Eles criaram sistemas de restrição monetária que tornaram impossível às pessoas comprar qualquer coisa com o ativo local. Se você é dono de um negócio e precisa importar alguma coisa para o exterior, você precisa de aprovação do governo para trocar a moeda local por dólares americanos;

3 — Isso tornou a abertura de novos negócios quase impossível. Para operar, você precisa comprar dólares americanos no mercado negro ou subornar um oficial do governo para cambiar.

4 — Quando o preço do petróleo despencou, o governo rapidamente ficou descapitalizado, causando inflação de 1800% em 2017.

Parece, e muito, que a Petro está sendo tratada puramente como uma commodity para angariar fundos internacionais e tentar, de forma narcisista e controladora, reverter o profundo quadro de recessão enfrentado pelo país. Maduro deixa claro que não vai abrir mão do controle absoluto da economia nacional, bem como de sua própria criptomoeda, que já nasce atrás das grades da prisão de um ditador inapto a governar.

Petro, o maior scam já criado na história.

O whitepaper da Petro pode ser acessado aqui.

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Tether: entenda a polêmica

É seguro afirmar que a história do Tether é, desde o seu lançamento, envolvida em sombras. Por mais que o token seja extremamente útil aos que operam com a finalidade de encerrar sua posição em moeda fiat, fugindo, assim, da grande volatilidade das criptomoedas, há de se desconfiar bastante sobre a postura da empresa.

História: O que é o Tether (USDT)?

O Tether (USDT) é um passivo digital não regulamentado (não confundir com tokens como bitcoin, ethereum e dash, que são ativos digitais) lançado no final de 2015 e desenvolvido pela Tether Limited. A empresa é diretamente conectada à exchange chinesa Bitfinex, uma das maiores corretoras de bitcoin do mundo, portanto, uma das maiores influenciadoras de tendências de mercado.

Segundo a Tether Limited, cada Tether é lastreado no dólar e possui valor equivalente à moeda fiduciária que tem como base. No momento em que este artigo foi escrito, o site CoinMarketCap informa haver cerca de 2.27 bilhões de Tethers. Ou seja: teoricamente, existe uma reserva em dólares equivalente a todos os tokens lançados na rede.

Transparência

A auditoria do passivo era realizada pela empresa Friedman LLP, porém a relação entre a Tether Limited e a Friedman foi dissolvida há aproximadamente uma semana atrás. De acordo com um relatório preliminar emitido em setembro do ano passado, a Friedman informou haver em circulação cerca de 442 milhões de dólares em reserva, quantia que, à época, correspondia à quantidade de Tethers em circulação; cinco vezes menor do que hoje. Apenas em janeiro deste ano, cerca de 850 milhões de Tethers foram emitidos.

O relatório oficial da Tether Limited em seu portal de transparência pode ser acessado aqui.

De acordo com um  relatório anônimo, publicado em 24 de janeiro, a emissão do Tether pode estar diretamente vinculada à precificação do Bitcoin. Sendo assim, de acordo com o autor, é extremamente improvável que o Tether esteja crescendo de forma verdadeiramente orgânica.

Ainda segundo o relatório, a liberação de novos fundos em Tether, anteriormente bloqueados, para a conta da exchange Bitfinex culminou em uma rápida valorização do Bitcoin no curto prazo. É difícil mensurar de que forma isso poderia afetar os preços do Bitcoin como um todo, mas, dentro de um mercado específico como o da Bitfinex, faz todo o sentido.

A falta de força dos relatórios emitidos pela Friedman e as coincidentes valorizações do Bitcoin logo após a emissão de Tethers é fortalecida por outros fatores negativos. De acordo com os Termos de Serviço do Tether, não há garantias de que o usuário poderá converter seu saldo em dólares:

“Não há direito contratual ou outro direito ou reivindicação legal contra nós para resgatar ou converter seus Tethers em dinheiro. Nós não garantimos nenhum direito de redimir ou converter seu saldo em Tethers por dinheiro estadunidense”.

Alguns críticos afirmam, ainda, que o preço do Bitcoin poderia enfrentar uma forte correção de até 80%,  caso a manipulação de preço seja confirmada. Parece exagero, no entanto, uma vez que boa parte dos envolvidos pelo crescimento orgânico do Bitcoin se mostraram entusiasmados pela alta valorização, além do fato de que boa parte da capitalização de mercado não poderia ter vindo de apenas uma fonte.

Na mira da lei

Recentemente, a U.S. Commodity Futures Trading Comission (CFTC), órgão regulador norte-americano sobre mercados futuros, intimou a Tether Limited e a Bitfinex a darem detalhes sobre a operação das duas empresas, comandadas pelo mesmo CEO.

Recomenda-se evitar a operação de criptomoedas em exchanges no exterior que trabalhem com o USDT. A lista está disponível através deste link. Bitfinex, Bittrex, Poloniex e Binance são alguns exemplos de exchanges populares que trabalham com o passivo.

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