À medida que o mercado de criptomoedas cai de uma desaceleração de uma semana que forçou o preço do bitcoin ao seu ponto mais baixo em quase 14 meses, parece que os mercados tradicionais não pretendem receber os investidores de volta de braços abertos.

Mercados tradicionais estão em grande queda

Depois de mais um declínio na terça-feira, o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq já eliminaram seus ganhos em 2018 rumo ao fim de semana da Black Friday.

O sell-off tem sido ainda mais pronunciado entre as ações da FAANG (Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google – Alphabet) agora firmemente em um território de queda após terem descido mais de 20% de suas altas de 52 semanas. Coletivamente, as ações da FAANG perderam mais de US $ 1 trilhão de suas altas anuais, marcando uma mudança notável desde o início do terceiro trimestre.

Os fabricantes de chips Nvidia e AMD também sofreram grandes perdas, com as empresas – e não, elas não estavam relacionadas com a queda das criptomoedas, e sim a queda do lucro dos fabricantes por perda de mercado de games.

“A fraqueza inesperada e de curto prazo no setor de tecnologia poderia ter um impacto significativo na economia global, somando-se ao que já parece um macroambiente”, disse Dario Perkins, diretor-gerente de macro global da TS Lombard, em uma nota citada CNBC. “A redução adicional nos FAANGs também pode prejudicar o mercado de ações dos EUA.”

Ativos arriscados refazendo o bull run de 2017

As criptomoedas, conforme relatado pela CCN, foram atingidas ainda mais, pelo menos em percentual. O sell-off desta semana caiu o limite de mercado de criptomoeda abaixo de US$ 150 bilhões, com o preço do bitcoin caindo rapidamente para  $4.218 na Coinbase – sua marca mais baixa desde a primeira semana de outubro de 2017.

Observando a correlação entre a tecnologia e as retrações de criptomoedas, Mati Greenspan, analista sênior de mercado da eToro, disse que é “impossível se livrar da sensação de que, de alguma forma, o atual sell-off em ações de tecnologia está de alguma forma relacionado ao que estamos vendo com o criptos.

Ele explicou que acredita que os recentes movimentos do mercado encontram sua raiz na crise financeira de 2008, após a qual os bancos centrais injetaram grandes quantias de capital na economia, na tentativa de estabilizar o sistema financeiro.

“Grande parte desse dinheiro já chegou a vários mercados, muitas vezes com pouca pesquisa por parte do investidor sobre qual deveria ser o valor dos ativos”, disse ele. “O ano de 2017 foi um ano excepcional para ativos de alto risco, incluindo criptos e ações de tecnologia”, acrescentou ele. “Em 2018, estamos vendo é um retrocesso disso.”

Não se esqueça do longo prazo!

Os movimentos certamente farão com que os especuladores de curto prazo voltem à realidade, já que não podem mais simplesmente supor que um dólar investido hoje valerá mais do que isso amanhã. No entanto, Greenspan lembrou aos investidores que os retornos de longo prazo são “muito mais previsíveis”.