O estado americado de West Virginia anunciou que os seus cidadãos que trabalham no exterior, principalmente militares, poderão participar das elições de novembro por meio de um aplicativo de celular. O app utilizará tecnologia blockchain para garantir a segurança e o sigilo dos votos.
Segundo informações da CNN, a pessoa deverá registrar por foto o documento de indentificação e gravar um vídeo do próprio rosto na ferramenta. Então o software desenvolvido pela Voatz realizará o reconhecimento facial para garantir que os dois arquivos estajam mostrando a mesma pessoa. Uma vez aprovados, os eleitores poderão votar utilizando o aplicativo.
A técnica já foi testada pelas autoridades locais nas eleições primárias no início deste ano, com apoio financeiro da Tusk Montgomery Philanthropies. O escritório do secretário de Estado da West Virginia, Mac Warner, afirmou que foram realizadas quatro auditorias em vários componentes da ferramenta, incluindo a estrutura da nuvem e da blockchain. Mas que nenhuma falha foi encontrada. Ainda assim, a decisão final sobre o uso do aplicativo em novembro será de cada município, disse Michael L. Queen, vice-chefe de gabinete da Warner, à CNN.
A Voatz é uma das várias empresas que exploram a votação móvel e registram os resultados na blockchain. Porém, até agora, a tecnologia limitou-se a testes e eleições privadas, como a votação para o Hall da Fama do Rock & Roll.
Repercussão
O professor de ciência política do MIT, Charles Stewart III, afirmou que embora não considere o voto móvel pronto para o “horário nobre”, a West Virginia está sendo “ousada” ao testar a tecnologia.
Por outro lado, o chefe de tecnologia do Centro de Democracia e Tecnologia Joseph Lorenzo Hall disse a CNN que essa era uma “ideia horrível”. “É a votação pela Internet nos dispositivos terrivelmente seguros das pessoas, em nossas redes horríveis, em servidores que são muito difíceis de proteger sem um registro físico em papel da votação”.
A Marian K. Schneider, presidente do grupo de vigilância da integridade eleitoral Verified Voting, concorda com Hall. Para ela, a “área de ataque é muito mais ampla” sob votação pelo celular, o que significa maiores oportunidades de hacking e intromissão. “Mudanças indetectáveis que podem ocorrer em trânsito”, disse ela.